quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Restauração


A Casa Rosada, um dos projetos atribuídos ao arquiteto italiano Antonio José Landi, localizada no bairro da Cidade Velha, iniciou seu processo de restauração. Desde o início desta semana, um grupo de quatro técnicos, liderado pelo arqueólogo e arquiteto Fernando Marques, realiza as prospecções arqueológicas no local. O trabalho vai durar cerca de 15 dias.
De acordo com Fernando Marques, as atividades incluem escavações e sondagens. 'Vamos verificar se a Casa possui algum piso de estrutura diferenciada: divisórias de paredes; fragmentos de cultura material, como louça, entre outros', explica Fernando, considerado a maior autoridade no Pará em prospecções arqueológicas voltadas para a área da arquitetura.
Tudo o que for descoberto a partir das escavações dará suporte para o restauro do monumento. 'Através da arqueologia, a gente busca o que está escondido e traz à tona o passado para a comunidade. E é importante que as pessoas tenham essa percepção, essa visão de mundo', avalia o arqueólogo.
A Casa Rosada foi adquirida recentemente pelo grupo Alubar, de Barcarena, para abrigar um centro cultural na cidade de Belém. O projeto de restauro do monumento é desenvolvido em parceria com os alunos do curso de especialização em Interpretação, Conservação e Revitalização do Patrimônio Artístico de Antonio José Landi, promovido pelo Fórum Landi, e com a Universidade de Florença, na Itália.
O curso possui três alunos de diferentes áreas de atuação que estão estudando o imóvel – um arquiteto, uma historiadora e uma geóloga. A análise da edificação consiste em uma ampla pesquisa sob esses diversos olhares. O estudo geológico proposto será inaugural em Belém. 'Pela primeira vez aqui se irá utilizar técnicas desta disciplina na análise de nossas edificações históricas', explica Flávio Nassar, coordenador do Fórum Landi.
Durante a restauração desta nova casa de cultura, irá funcionar um canteiro-escola, que vai formar mão-de-obra operacional especializada. Pedreiros, eletricistas, carpinteiros, entre outros, serão treinados e formados para o trabalho de preservação e restauro. O canteiro de obras da Casa Rosada será aberto a visitações públicas.
A obra será financiada pelo Programa Monumenta, realizado pelo Ministério da Cultura e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com a Unesco.
Fonte: Jornal O Liberal

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