domingo, 14 de fevereiro de 2010

Simples e limpa

Fotos: Allan Feio Arquitetura
Quem disse que pra ser requintado é necessário ser extravagante.
“A simplicidade é a sofisticação máxima”. A frase é de Leonardo da Vinci e refuta a idéia de que uma decoração bonita deve estar acompanhada de peças finas e acabamentos luxuosos. O tema fortalece quando notamos que a sociedade vive a era das grifes e aparências. No entanto, a decoração pode prescindir do luxo e da sofisticação para ser, de fato, decoração. Você pode gastar pouco, deixando o ambiente luxuoso e convidativo, ou seja, você pode criar uma sala de jantar bem simples ou uma sala de estar com poucas peças e bom acabamento. Ou seja, uma decoração básica é pensada nos móveis principais da casa e na circulação desejada, não é preciso mostrar todas as peças num só lugar. O indicado é manter a área sempre limpa, se tiver muitos objetos que deseje expor o correto é fazer um rodízio e guardar o restante em um espaço reservado. Um ambiente mais sóbrio como na decoração contemporânea, as peças devem está bem visíveis e destacadas. Para valorizar este tipo de decoração basta destacá-la, e não sufocar colocando-a entre outros objetos que possam tira-lhe o foco.
DETALHES
As cores devem ser trabalhadas através de tonalidades mais sóbrias e claras. A iluminação segue o mesmo padrão e as paredes são geralmente brancas, já os objetos tem cores fortes. Segundo Luciene de Lucena, os móveis devem ser simples, o investimento deve ser feito numa peça assinada para valorizar o cantinho da casa. Com todas essas regras, é fácil notar que dá pra ser simples e ao mesmo tempo, formar um conjunto harmônico. “A simplicidade está em reduzir o número de peças colocadas em cima de uma mesa de centro e não arrumar com todas as peças baixas que se têm em casa como coleção de cinzeiros, muitas velas, álbuns de fotografia e brindes de aniversário”, aponta Luciene. A arquiteta Patricia Povoa relata que a simplicidade é fundamental, ela pode ser obtida com poucas peças e revestimentos bem escolhidos. Já os quadros ficam na parede, mas também podem ficar em estantes ou em aparadores. Os vasos quando pequenos e médios ficam em prateleiras e nichos, quando grandes tem espaço no piso e entre sofás. A coleção de peças deve ficar exposta na altura dos olhos, geralmente em prateleiras. As profissionais destacam que bom gosto não se demonstra com exageros. “Quem tem visão global sabe dos contrastes e um profissional leva a beleza e conforto para os lares. Não podemos esquecer que as coisas rebuscadas podem muitas vezes nos atrapalhar no fator conforto”, relata Patrícia. É necessário prestar atenção, pois as pessoas confundem decoração com entulhação. Para a arquiteta uma casa simples, mas com acabamento impecável, materiais de boa qualidade, e espaços livres, é muito mais bela e “decorada” que uma casa excessivamente colorida e cheia de balangandãs. “Infelizmente o consumismo faz as pessoas desejarem um monte de quinquilharias, ainda que de má qualidade”, aponta.

COMPOSIÇÃO
Já para o arquiteto Allan Feio o segredo é usar elementos neutros, com foco para os detalhes sem cometer exageros. “A simplicidade na decoração faz muito diferença. É fundamental trabalhar o ambiente com poucos elementos”, aponta Feio. Por exemplo, se você trabalhar com móveis de linhas abre espaço para o profissional brincar com os elementos. Porém, ele deve tomar cuidado para não deixar o ambiente monótono, por isso o uso de cores é primordial. “O profissional tem que saber dosar esses elementos, em harmonia com a questão do equilíbrio”, relata o profissional. Algumas almofadas grandes e pequenas com tecidos finos ou almofadas personalizadas com vários tecidos e acabamentos são o complemento para poltronas e sofás. Um cachepot com uma planta para um cantinho da casa da o toque final à decoração.
Publicada na Revista C&D, Jornal O Liberal em 14/02/10

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