A
Mostra Black estreou em 2011 com muito sucesso. A segunda edição não poderia
ser diferente. A mostra remete ao luxo, sofisticação e exclusividade, consolidando-se
como a principal vitrine brasileira de tendências da decoração e do design.
Este
ano, a mostra acontece em uma casa modernista da década de 60, localizada no
bairro Alto de Pinheiros (São Paulo/SP). Serão 22 ambientes, distribuídos em
5.100m², decorados pela nata da arquitetura, design de interiores e paisagismo
brasileira. Além dos profissionais que participaram do evento no ano passado - Alex
Hanazaki, Ana Maria Vieira Santos, Dado Castello Branco, David Bastos, Fernanda
Marques, João Armentano, Jorge Elias, Luiz Carlos Orsini, Murilo Lomas, Renata
Seripieri, Roberto Migotto e Sig Bergamin - foram convidados André Piva, Beto
Galvez, Nórea de Vitto, Christina Hamoui, Débora Aguiar, Gilberto Elkis,
Guilherme Torres, Marina Linhares, Rodrigo Almeida, Rodrigo Oliveira e a
Triplex Arquitetura.
Os
ambientes impressionam pelo tamanho, chegando a ter até 800m² cada. Pelas fotos
que vi, a mostra está um pouco menos “conceitual” que a do ano passado. Vejam
alguns detalhes dos espaços e tirem suas próprias impressões:
O
paisagista Alex Hanazaki criou o espaço Hana Zaki, que tem 800m². Foram
utilizadas
1.200 mudas de bambu e muitas pedras. Duas cerejeiras
Okinawa surgem do espelho d’água. Há ainda um deck feito com restos de madeira
e luminárias de chão de LED.
Na
área da piscina, com 400m², Gilberto Elkis criou o Jardim Exótico Tropical. O
paisagista utilizou palmeiras Fênix e Areca, Cycas, arbustos de Manacá da Serra,
pândanos veitchii, lírios amarelos, Comigo ninguém pode, Costela-de-Adão e
grama preta. O mobiliário, fabricado artesanalmente com cordas náuticas, é da
Tidelli, que aqui em Belém é exclusividade da Galeria Marmobraz.
Uma
casa contemporânea (225 m²) é o ambiente de Ana Maria Vieira Santos. Com um ar
essencialmente masculino, a casa possui sala com adega (para 200 garrafas), mesa-bar
e mesa de jogos. As fotos usadas são de viagens da própria arquiteta. Um jardim
externo com espelho d'água de 100 m², também integra o espaço.
O
Loft Gourmet de André Piva ocupa uma área de 100m². O living é a estrela do
espaço e fica aberto para a sala de jogos e a sala de jantar. O arquiteto
utilizou tons de azul e camurça nos móveis e parede. O piso recebeu uma resina
espanhola. A cozinha planejada é da marca alemã Leicht, com acabamento laqueado
preto e carvalho natural.
Christina
Hamoui se inspirou no pintor holandês Piet Mondrian para criar o Bike Lover
Studio. Vermelho, amarelo e azul aparecem por todos os cantos. Nas paredes e no
teto, revestimento de madeira cinza, contrastando com a chaise amarela de
balanço, da Atrium.
Beto
Galvez e Nórea de Vitto assinam a Sala da Colecionadora. A iluminação é tênue,
como em uma galeria de artes. A base do projeto é neutra, com tons off White. A
pintura da parede imita pergaminho. As mesas de centro foram desenhadas
especialmente para o ambiente. O abajur é da década de 70 e todas as obras de
arte são da Galeria Leme.
A
Sala da Piscina de Dado Castello Branco tem espaço para leitura e salão de
jogos. O piso é em limestone e as paredes e forro foram revestidos com madeira carvalho
americano tingida de vermelho. Nos móveis predominam o bege e cinza. A
iluminação do teto chama atenção. As obras de arte são da galeria Arte Edições.
O
rock foi a inspiração de Fernanda Marques para o living com pé-direto duplo. O
ambiente Goes Rock Too é pouco convencional, abusando de peças de design, obras
de arte contemporâneas e guitarras. A arquiteta utilizou mármore e espelho nas
paredes e no piso.
O
estar de praia (66m²) criado por David Bastos tem um ar meio navy, principalmente
em função dos estofados, que receberam capa de linho branco, das réplicas de
barcos e corais, que ficam espalhadas pelo espaço, e do tapete azul da By Kamy.
Em contraponto ao estilo marítimo, o banheiro é inteiramente revestido com painéis
de MDF laqueados na cor vermelho. A lacca vermelha também aparece na cozinha
que tem assinatura da Ornare.
Idealizado
para um DJ, o Living Contemporâneo de Guilherme Torres tem um ar meio
moderninho. A “pick up” fica sob uma mesa Luis XV. O destaque do espaço, que
tem 80m² e pé direito de 4m, é um sofá capitonê com 5m de comprimento. Paredes
de microcimento e mármore branco convivem com objetos contemporâneos, retrô e muitos
discos.
João
Armentano não poderia ficar de fora da Mostra Black. Ele projetou o Estar do
Giardino, um espaço que procura seguir o estilo da residência que abriga o
evento. O arquiteto utilizou piso de limestone, madeira padrão nogueira, estofado
em shantung de seda, poltronas de couro, entre outros elementos. Destaque para
o sofá Cipria, criado pelos cultuados irmãos Campana.
Marina
Linhares ficou responsável pelo Gazebo, que tem cobertura em ripas de madeira e
vidro. A arquiteta batizou o ambiente de “qualquer lugar”, pois acredita que
ele poderia estar na cidade, no campo ou na praia. Integrado a este espaço há
um jardim de inverno, com uma vasta vegetação circundante.
O
estilo clássico predomina na Sala Íntima criada por Jorge Elias. Ele aproveitou
uma parede de mármore lilás original da casa. Os tons pasteis predominam no
ambiente, como o marrom e o salmão. Estofados em veludo e cadeiras Luis XV
também foram utilizados.
O
Jardim de entrada da residência ficou a cargo de Luiz Carlos Orsini. Um caminho
de placas de mármore travertino bruto liga até a área de lounge. Dentre as
espécies vegetais estão Aloe thraskii, Zamia furfuracea, Dracaena draco e Dion
spinulosum.
O
paisagista Rodrigo Oliveira criou a Praça na Mata, com 600m². A inspiração
foram as florestas tropicais do Brasil, com espécies comuns como palmito, açaí,
filodendros e cyclantus. O piso é em Concresteel e a iluminação em LED.
O
restaurante da Mostra foi projetado por Renata Seripieri. Ele fica no centro de
um jardim. A estrutura da cobertura traz um pergolado de madeira e vidro. O
piso é em limestone e uma das paredes recebeu taipa de pilão. Os móveis misturam banquetas de madeira maciça
e cadeiras Bertoia.
Um
dos ambientes que mais se destacam este ano é a Sala Pop (60m²) de Murilo
Lomas. Ele mistura elementos clássicos e contemporâneos, além de texturas,
cores e padronagens. O azul aparece no piso, parede e forro. Os quadros e
objetos remetem a cultura pop, com destaque para obras de Beatriz Milhazes, os
Gêmeos, Gerben Mulder e Vik Muniz.
Elementos
étnicos estão presentes no Lounge África Pop Rock criado por Roberto Migotto. O
marrom e o bege estão por toda a parte, em couros, peles, veludos, mármores e
madeiras. Em uma das paredes, uma grande moldura folhada a ouro. As poltronas com
tachas remetem ao tema rock. Um piano de cauda também faz parte do ambiente de
100m².
Burle
Marx foi o grande homenageado no Gabinete de Rodrigo Almeida. Os tons azul
claro e acinzentado, utilizados no projeto, fazem referência aos painéis de
azulejos criados pelo paisagista. Rodrigo utilizou peças exclusivas, muitas desenhadas
por ele próprio, como uma mesa de couro verde.
A
Sala com Lareira e Terraço (100 m²), de Sig Bergamin, pretende recriar a casa
de um escritor que viveu no deserto da Califórnia, durante a década de 1960. O
arquiteto utilizou couro, mármores, madeira, veludo, espelhos e peças
decorativas de época, em tons como verde limão, laranja, roxo e coral.
A
Triplex Arquitetura (Adriana Helú, Carolina Oliveira e Marina Torre Lobo) criou
a recepção da Mostra Black. Logo na entrada, uma parede com milhares de pinos
de madeira, que criam um efeito muito interessante. Piso e forro também são em
madeira. Para contrastar com o ar rústico, móveis em espelho e revestimento
chumbo no balcão.
A
Mostra Black ficará aberta até 24 de junho.
Endereço:
Rua Professor Fonseca Rodrigues, 664, São Paulo/SP
Horário:
terças a sábados e feriados, das 11h30 às 21h30; domingos, das 11h às 19h30
Entrada:
R$ 100
Fotos
e informações: Uol, Casa e Jardim, Casa Vogue, Casa da Valentina e Site RG.
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