Elas deixaram de ser apenas elos de ligação entre ambientes e ganharam charme próprio Ela definitivamente saiu daquele lugar escondido, entre paredes. Agora, é feita pra ser vista. Muitas vezes até se transforma no grande destaque do ambiente. Tantas possibilidades de formas e materiais acabaram por mudar o conceito tradicional de escada: além de elemento construtivo e funcional, ela ganha estilo e passa a ser um elemento estético, com função decorativa. “Usando materiais certos e atuais, a escada pode ficar em destaque. O charme hoje é ter uma escada visível”, afirma o arquiteto Allan Feio. Como elemento decorativo, a escada não pode brigar com o ambiente, tem que se integrar de maneira harmoniosa. Além da estrutura e do acabamento, o projeto de iluminação é fundamental, pois vem somar, é mais um elemento para valorizar a escada. Em geral, o tipo de escada é definido pelo espaço disponível. As formas mais comuns são reta, em curva, em “L”, em “U”, “espinha de peixe” ou helicoidal, o popular “caracol”. Allan explica que a escada “espinha de peixe” é aquela sustentada por uma estrutura central. Já a escada caracol é a alternativa mais indicada para quem dispõe de pouco espaço, “porém ela não é muito confortável para subir”, complementa o arquiteto. Embora haja muitas possibilidades de materiais, o arquiteto afirma que a tendência do momento são as estruturas metálicas e o aço inox. “Pela beleza e leveza, esses materiais dão um ar de modernidade e sofisticação para a escada”, avalia. “Seja usado no corrimão ou na estrutura”, complemente Allan, “o aço combina com o estilo contemporâneo”. A desvantagem, na visão dele, está no preço, que é um pouco mais alto. Outro material que empresta um visual contemporâneo para a escada é o vidro. Sua utilização mais comum é no guarda-corpo, mas também pode ser usado no piso e no espelho, que é a parte da frente do degrau. O tradicional concreto ainda hoje é muito empregado em escadas. Considerado um material pesado, pode ganhar leveza de acordo com a combinação com outros materiais e a criatividade do arquiteto. “O concreto se encaixa bem em qualquer estilo, dependendo do tipo de acabamento”, explica Allan. Outro material também muito utilizado é a madeira. As mais indicadas são as que apresentam maior resistência, como o jatobá, cumaru e ipê. Polida ou em estado bruto, pode compor bem tanto em um ambiente moderno quanto em estilo mais rústico. Em termos de acabamento, pode-se usar pedras, como granitos e mármores, cerâmicas e porcelanatos. A iluminação também tem um papel importante: “seja com balizadores, corrimão iluminado, luz natural ou com um grande lustre coroando, a iluminação dá charme e valoriza a escada”, ensina. Na hora de escolher o material que será usado na escada, é fundamental prestar atenção em alguns detalhes. Em primeiro lugar, é preciso observar a questão da segurança. Se a opção for o granito, por exemplo, a preferência deve ser para o que não tiver polimento, que oferece mais atrito. Se usar a pedra polida, é imprescindível colocar a fita antiderrapante. É importante contar com um profissional para calcular e executar a estrutura da escada. Com painel de vidro por trás, a escada vazada permite, ainda, a entrada da luz natural. A iluminação natural também foi aproveitada no projeto de escada que ilustra a matéria, feita em concreto. “A lateral do patamar é de vidro, dando destaque para a luz natural”, ressalta Allan, que assina o projeto. Apesar de usar o concreto, Allan enfatiza que a escada ficou bem leve porque tem um mínimo de estrutura. “Na verdade, a estrutura acompanha o formato do piso da escada, portanto ela fica vazada embaixo, o que dá leveza”, descreve o arquiteto. Para o acabamento, Allan escolheu corrimão de aço e piso de granito, o que resultou em “uma composição bastante equilibrada, totalmente integrada à sala de jantar”. Com projetos caprichados, essas escadas se tornaram o elemento decorativo de maior destaque do ambiente.
Publicado em O Liberal – Revista C & D – 11/10/09
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